Cáritas Diocesana de Setúbal e Marcelo juntos pela inclusão
No passado dia 8 de abril de 2025, Dia Internacional da Pessoa Cigana, o Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa participou num encontro com membros da comunidade cigana no Bairro da Bela Vista, promovido pela Cáritas Diocesana de Setúbal e acolhido pelo Cardeal e Bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, e o presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal, Eng.Paulo Valente da Cruz.
O Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou a educação como chave para a inclusão, defendendo a superação de tradições que afastam os jovens da escola. Alertou ainda para o aumento da intolerância e dos preconceitos na sociedade atual: “Este evento foi importante porque é uma forma de lembrar que o que é a força de sermos todos pessoas e sermos todos cidadãos portugueses é realmente a procura da igualdade, o respeito à igualdade e a preocupação da integração”, concluiu Marcelo.
D. Américo Aguiar, por sua vez, destacou a importância de reconhecer a pessoa acima de qualquer categorização. “Este dia é o Dia Internacional da Pessoa Cigana. Acima de tudo, eu gostava de sublinhar a Pessoa. É daí que nós temos de partir”, referiu o Cardeal.
O Bispo de Setúbal mostrou preocupação com a polarização social: “Nós estamos num tempo, como disse o Sr. Presidente da República, que é muito perigoso, que é pólvora, que é nós começarmos a aceitar que há pessoas de bem e há pessoas de mais”.
Paulo Valente da Cruz, Presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal, destacou ainda o desafio particular relacionado com a educação: “Nem sempre as famílias pensam todas da mesma maneira quanto à inserção da educação, sendo a base do indivíduo, mas já começa a haver, de facto, famílias que contam connosco como Cáritas Diocesana de Setúbal para fazer esse caminho”.
O Presidente da Cáritas, sublinhou o trabalho desenvolvido pela instituição. “Damos o apoio de uma forma transversal a todo o tipo de pessoa. Somos a favor da inclusão e, portanto, eles estão precisamente incluídos nos mesmos sítios que têm os outros tipos de crianças, os outros tipos de pessoas idosas, os outros tipos de jovens”, explicou.
O encontro contou também com depoimentos da comunidade cigana. Um líder comunitário do Bairro da Bela Vista partilhou a sua experiência: “Hoje em dia parece que as coisas mudaram, para pior. Por acaso fui integrado já há seis anos numa fábrica, e pronto, lá nunca senti essa parte, nunca senti nada disso, mas aí onde tenho passado, em outros sítios, há sempre aquele olhar de lado”.
A esposa deste líder, não sendo cigana, ofereceu uma perspetiva única sobre a integração: “Eu não sou cigana, o meu marido é cigano, portanto temos aqui a noção de duas culturas totalmente diferentes. Trabalhamos para que os nossos filhos estudem, e que demonstrem a diferença”, relatou.